Terah, uma app para ajudar a gerir medicamentos
A Terah é uma nova aplicação mobile que pretende ajudar na gestão correta dos medicamentos, evitando esquecimentos, duplicações e alertando para interações, entre outras situações que afetam muitos doentes, o que faz deste um problema grave no setor da saúde. Chegou ao mercado no dia 27 e está disponível para sistemas operativos Android e IOS.
“É comum haver dificuldade em gerir” a toma de diversos medicamentos em simultâneo, podendo ocorrer duplicação, esquecimentos, tomas em horários desadequados, sobreposição de diferentes medicamentos para a mesma finalidade, interações com outros medicamentos receitados para problemas de saúde distintos ou com contracetivos, explica João Mota, o farmacêutico responsável pelo desenvolvimento do projeto.
Ele próprio viveu essa experiência quando foi sujeito a uma intervenção cirúrgica. “No momento em que saímos do médico faz todo o sentido e percebemos o que devemos fazer, mas depois vem a rotina” e passado algum tempo as pessoas podem sentir-se “perdidas”, pois vêm-se a braços com “muitos medicamentos para tomar, em diferentes alturas do dia”, justifica.
A Organização Mundial de Saúde estima que 50% dos utentes não efetua a toma dos medicamentos corretamente e que 10% dos internamentos se devem ao uso incorreto dos fármacos.
Foi a consciência sobre a gravidade do problema e a certeza de que a tecnologia poderia contribuir para “suprimir quase na totalidade este tipo de situações”, que levou João Mota a lançar-se na criação da app. Foram mais de dois anos de trabalho intenso, que permitiram recolher muitos dados e informação científica rigorosa.
A Terah conta com cerca de 50 mil medicamentos aprovados pelo Infarmed na sua base de dados. O doente (ou um responsável, se a pessoa não dominar bem a tecnologia) tem apenas de passar o código dos medicamentos pelo leitor. A app fornece informações sobre os medicamentos, alerta para incompatibilidades entre prescrições terapêuticas, notifica se há sobreposições, indica a posologia adequada e recomendações sobre a forma de tomar (em jejum, antes de deitar, etc.). Na hora da toma, é acionando um alarme que pode, além do nome, ter uma fotografia do medicamento.
O histórico fica registado, o que é uma mais-valia para os profissionais de saúde estarem a par da situação do doente.
(Notícia publicada a 13 de outubro de 2022 no Jornal do Notícias e no Diário de Notícias)